Valsa Dos Olhos Costurados
Suzana Salles
Os meus olhos costurados lado a lado
Te olham dentro, pelo avesso
No começo a noite cálida além
A graça dessa dança
A tez de cera sob a lua baça
Um brinde à treva que hoje vem valsar
Queda em meu lugar
Neste salão nunca mais trançar os pés
E ver que o mundo é manco e gira e tomba
Pra que eu alce mais
Os meus olhos costurados lado a lado
Te olham dentro pelo avesso
No começo a noite cálida além
A graça dessa dança
A tez de cera sob a lua baça
Um brinde à treva que hoje vem valsar
E vem costurar o meu no teu olhar
O fio da dor
Que a vida nunca mais há de desenredar
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