Cusco Amigo
Francisco Vargas
Tô recordando a minha vida passada
Das campereadas que eu fiz no rincão
Quando eu saía desmanchar fandango
Passando o mango n'algum valentão
Vou dar uma volta ver se, amor, lhe busco
Já vai o cusco pra cuidar o Tordilho
Meus inimigos, eu sei que ele morde
Porque meu Lorde eu considero um filho
Meus inimigos, eu sei que ele morde
Porque meu Lorde eu considero um filho
E quantas vezes tu cuidou o meu pingo?
E eu, nos domingo', cantando em bolicho
Guentava' firme esperando a hora
Não ia embora só por ter capricho
De madrugada, nós vinha' pra o rancho
Não tinha gancho que nós não quebrasse'
A trotezito, vinha na minha frente
Cusco valente igual esse não nasce
A trotezito, vinha na minha frente
Cusco valente igual esse não nasce
E, quantas vezes, tu rondou meu biombo?
E eu, com o porongo, mateando com ela
Foi companheiro, foi sincero e justo
Mas me deu um susto arranhando a tramela
Pensei comigo: É o pai da prenda
Vem pra fazenda pra matar nós dois!
Mas, no meu rancho, ele não faz desordem
Vi que era o Lorde, eu conheci depois
Mas, no meu rancho, ele não faz desordem
Vi que era o Lorde, eu conheci depois
Uiva pra cima, parece maluco
Está caduco o pobre do meu cão
Velo cansado, não enxerga mais
Só o que faz é dormir no galpão
São dois gaudérios que alcançaram glória
E eu conto a história pra os que me perguntam
Mostro pra china que mora comigo
Este é um amigo que farreamos junto'
Mostro pra china que mora comigo
Este é um amigo que farreamos junto'
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