Caximbo
Edvaldo Santana
Sou a madeira que sempre fico na beira
Perfume de sarro e cera
Que dança no seu beicinho
É evidente que sou preso pelos dentes
Chaminé dos inocentes
Embebedo de mansinho
Sou pau de boca de saci a magistrado
Desejado e adorado
Alimentado pelo fumo
Mata cachorro bem capacho distraído
Carimbado e mal vestido
Que eu não sei qual o meu rumo
Sou a birita mescla de cachaça e mel
Cabeça seca pelo céu
Pela chama do atrito
No meu fornilho se deita qualquer tabaco
A chupada me faz fraco
Sou um verdadeiro pito
Seu pensador vê se decifra pra mim
Já passei por tanto horror
Por que é que não morri
Será que é pra manter o combinado
Que pra ter um chupador
Tem que nascer um já chupado
Ah, ah, ah, ah, ah, ah
Tá assustado, tá assustado?
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