Serrote Agudo
Luiz Gonzaga
Passando em Serrote Agudo
Em viagem incontinente
Vendo a sua solidão
Saí pesando na mente
Eu vou fazer um estudo
Prá contar á miúdo
Quem já foi Serrote Agudo
Quem está sendo no presente
Já foi um reino encantado
Foi berço considerado
Quem conheceu seu passado
Acha muito diferente
Aonde o touro em manada
Berrava cavando o chão
Fazendo revolução
Nos tempos época de trovoada
Dando berros enraivado
Por achar-se enciumado
Do seu rebanho afastado
Vacas que lhe pertenciam
A sombra do Juazeiro
Já lhe esperando o vaqueiro
Com seu cachorro trigueiro
Como seu grande vigia
Vaqueiros e moradores
Encantos, belezas mil
Onde reinavam os fugores
De um major forte e viril
Rico, porém animado
Fazia festa de gado
Onde o vaqueiro afamado
Campeava todo dia
Hoje sem Major sem nada
Só se ver porta fechada
Não se vê mais vaquejada
Não reina mais alegria
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