Mãos Vazias
Morte Rubra
O mundo se tornou um lugar inabitável
Carreguei bastante tragédia até chegar nesse precipício
Meu fim veio há muito tempo
Não sei o que estou fazendo aqui
Minha mente se prendeu numa distopia
A minha frente vejo um telúrico horror
Acordo pasmo. Foi mais uma noite de pesadelos
Volto a cansativa realidade
E assim vivo
De todos os sabores provei o mais amargo
Sou um palhaço rindo na forca
Apesar do desastre continuo o show
E quando desaba, vem me a culpa a abalar
Anos após anos preso nessa inércia
A falta de ânimo me torna desprezível
Na certeza de que não sou nada
Vejo um imenso vazio me sucumbindo
Não tenho virtudes a oferecer
E nem determinação para as ter
Vejo tudo apodrecendo
Enquanto deitado assisto a tudo desmoronar
Não tenho virtudes a oferecer
E nem determinação para as ter
Fraco demais para morrer
Fraco demais para viver
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