Nada - Antônio Torres
Maurício Gringo
Nada! Filosofia rude e amara
Na qual acreditei, com pena embora
De abandonar a crença que esposara
A minha aspiração de cada hora
Crença é o perfume d'alma que se enflora
Com a luz divina, resplendente e rara
Da fé, única luz da única aurora
Que as trevas mais compactas aclara
Revendo os dias tristes do passado
Vi que troquei a fé pela ironia
Nos desvios e excessos da razão
Antes, porém, não fosse tão ousado
Pois nem sempre a razão profunda e fria
Alivia ou consola o coração
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