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exibições de letras 17

Nada - Antônio Torres

Maurício Gringo

Nada! Filosofia rude e amara
Na qual acreditei, com pena embora
De abandonar a crença que esposara
A minha aspiração de cada hora

Crença é o perfume d'alma que se enflora
Com a luz divina, resplendente e rara
Da fé, única luz da única aurora
Que as trevas mais compactas aclara

Revendo os dias tristes do passado
Vi que troquei a fé pela ironia
Nos desvios e excessos da razão

Antes, porém, não fosse tão ousado
Pois nem sempre a razão profunda e fria
Alivia ou consola o coração

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